segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

URGÊNCIA - a cidade do avesso"

http://nucleoavoa-artes.blogspot.com/


URGÊNCIA - a cidade do avesso"



Duração: 50 minutos /// Classificação: livre /// Gênero: dança-teatro



PRÉ ESTREIA 20 DE NOVEMBRO, SÁBADO, ÀS 16H


INSTITUTO POMBAS URBANAS


Av. dos Metalúrgicos, 2100


Cidade Tiradentes - Zona Leste


Tel: (11) 2282-3801






21 DE NOVEMBRO, DOMINGO, 16H



PARQUE DA LUZ - Evento de Aniversário


Praça da Luz, s/n - Bom Retiro - Centro


Telefone: (11) 3227-3545






27 DE NOVEMBRO, SÁBADO, 16H


OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE - área externa


Rua Três Rios, 363


Bom Retiro - Centro


Telefone: (11) 3222-2662


Estacionamento próximo à Rua Correia de Melo






28 DE NOVEMBRO, DOMINGO, 19H



CENTRO CULTURAL MONTE AZUL


Av. Tomás de Souza, 552


Jardim Monte Azul - Zona Sul


(próximo ao Terminal João Dias e estação João Dias do metrô)






03 DE DEZEMBRO


SEXTA-FEIRA, ÀS 17h30



PRAÇA DA REPÚBLICA


Centro






05 DE DEZEMBRO


DOMINGO, ÀS 16H



COMUNIDADE DO SAPÉ


Butantã – Zona Oeste









11 DE DEZEMBRO


SÁBADO, ÀS 16H



CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE RUTH CARDOSO


Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641


Vila Nova Cachoeirinha – Zona Norte


(ao lado do Terminal Cachoeirinha)


Tel: (11) 3984-2466






12 DE DEZEMBRO


DOMINGO, ÀS 16H



PRAÇA DO PATRIARCA


Centro – ao lado do Viaduto do Chá






18 DE DEZEMBRO


SÁBADO, ÀS 16H

AVENIDA PAULISTA – em frente ao Parque Trianon


Cerqueira César






19 DE DEZEMBRO


DOMINGO, ÀS 16H


GALERIA OLIDO


Av. São João, 473 – Térreo


Centro – em frente ao Largo do Paissandu


Tel: (11) 3331-8399 / 3397-0171

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

mais um ano...

perto do dia em que nasci sempre olho pra trás.
procuro sentido,procuro coerência,procuro a mim mesma...
e ando me encontrando.
estou mais inteira,me conheço e conheço melhor o entorno,onde ando,onde moro,
meus amigos e amigas,que hoje não vão além dos dedos das mãos,
meu corpo,organismo,meus gostos,desgostos...
minha dança,minha arte,meu silêncio,
hoje prefiro o silêncio,sempre observadora,mas hoje, íntegra.

agora sim posso ir além!

o que é importante?o que importa?
nada a provar,nada a niguém...

estou aqui.
meu caminho,minhas escolhas sou eu,
agora.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pensar a dança...além dos editais: Prestes a conhecer os mais novos contemplados do E...

Pensar a dança...além dos editais: Prestes a conhecer os mais novos contemplados do E...: "...e, antes que o bem ou o mal se estabeleça, que 'choremos' ou 'comemoremos' ou 'amaldiçoemos' tudo e a todos, proponho retomarmos a orige..."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Distrito Animal: Um cachorro especial

Distrito Animal: Um cachorro especial: "Ele nasceu com 3 patas - duas saudáveis e uma anormal na frente, que teve que ser amputada. Certamente ele não conseguia andar quando nasceu..."

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vida Oriental: Em Defesa da Medicina Chinesa

Vida Oriental: Em Defesa da Medicina Chinesa: "O Fantástico deste domingo (29/08) mostrou uma matéria absurda descaracterizando a medicina chinesa e terapias alternativas. A matéria compl..."

sábado, 7 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Chico Buarque - Construção

U2 - I Still Haven't Found - Brazil 2006

Sinead O'Connor-War

Progresso?!

Sempre questionei o significado de progresso,
havia um paraíso,uma praia que frequentei durante 10 anos e que derrepente foi tomada de turistas,serviços,barulho,sujeira e lixo.
tá tudo bem, é durante a temporada,mas muito de sua vegetação já não existe mais,é moda,é tendência,é lucro,é progresso!

Acordei hoje de manhã com a jenela tremendo e um leve tremor no chão ...era um caminhão,daqueles pesados aqui em frente a minha humilde casa de fundos no Bairro do Sumaré ,qdo mudamos pra cá,há uns 3 ou 4 anos era um bairro relativamente calmo,passarinhos cantando,vizinhos simpáticos,casas,apenas casas no quarteirão inteiro!bons tempos!essas casas foram vendidas e vieram todas abaixo...
de lá pra cá o progresso invadiu a área,hoje há um prédio imenso que quase faz sombra no meu quintal,mesmo sendo do outro lado da rua , parece quase uma entidade que ganha vida e me assusta,no quarteirão de cima há outro praticamente pronto e totalmente ''vendido''!
ao lado duas ou 3 casas se promete novo ''lançamento imobiliário''!nos fundos da minha casa também posso avistar um terreno vazio e que já se promete um enorme empreendimento....
Me sinto sufocada,abalada e triste...
quero fugir, mas pra onde???  

terça-feira, 20 de julho de 2010

idéias,imagens,sons...
criação
cria.
nasce uma cena nova!
uma grande sacada!
momento unico e que se repete na vida do artista,
muitas vezes,muitas e muitas vezes...
pelo menos eu espero que na minha se repita...

nucleoavoa-artes.blogspot.com

Projeto Urgência!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

eco4planet Blog

eco4planet Blog

Óleo no Golfo afeta saúde mental de nativos

Óleo no Golfo afeta saúde mental de nativos
Julho de 2010




Rabichos



Finalmente SP ganha um Núcleo de Esterilização Cirúrgica e Vacinação



A região de São Mateus, na zona leste da capital paulista, ganhou na última segunda-feira (12) o primeiro centro cirúrgico descentralizado do CCZ para a realização de castrações gratuitas em cães e gatos.



O novo local visa ampliar as cirurgias de esterilização, que hoje são realizadas por meio de parcerias e convênios com ONGs e clínicas veterinárias, e vacinar gratuitamente contra a raiva cães e gatos.



A ARCA Brasil recorda que há um ano comemorávamos a criação do vistoso Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos (Probem). Infelizmente as ressalvas feitas na época eram procedentes. A vital descentralização do CCZ, pregada pela ARCA a mais de uma década, após 12 meses resultou de concreto no único Núcleo de São Mateus.



Das promessas originais e da inédita verba de R$9,2 milhões, restam o esperado Núcleo de Proteção e Bem-Estar para Animais Abandonados, previsto para 2010 e a ambiciosa meta de castrar 100 mil animais ao ano (em 2009 apenas 42 mil foram esterilizados).



É importante registrar que essas demoras denotam falta de coordenação e parecem mirar a simpatia da população em um ano eleitoral. Lamentável que uma verba tão promissora (R$9,2 milhões) e que tanto custou para ser conquistada pelo movimento de proteção animal, viesse a se perder em um cenário de tristes carências que só aumentam a cada dia.



“Muita vontade pública, contratações, treinamento da equipe, compra de equipamentos, informatização dos serviços. Somente estas medidas, acompanhadas de uma grande ação educativa junto à população poderão, em médio prazo, resolver o problema do abandono em uma metrópole como São Paulo”, resume Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil e especialista em programas de controle ético das populações de cães e gatos.



Consultamos os sites do Probem e do CCZ e até o momento não encontramos nenhum telefone do novo Núcleo de São Mateus, somente o endereço. Resta aos interessados, entrar em contato com o próprio CCZ de São Paulo.



Núcleos de Esterilização Cirúrgica e Vacinação

Rua Mauro Bonafé Pauletti, 199, Jardim Três Marias.

Telefones do CCZ: 3397-8900 e 3397-8901 / Plantão 24 horas: 3397-8955 e 3397-8956.



Saiba mais:

CCZ de São Paulo: uma crise anunciada: http://www.arcabrasil.org.br/noticias/0905_ccz.html

quarta-feira, 14 de julho de 2010

SÓ??????

Depois de 20 anos, o sistema de coleta seletiva de lixo da Prefeitura consegue reciclar, em média, apenas 280 gramas por mês por habitante, o que significa que o paulistano só manda para a reciclagem peso correspondente a uma garrafa PET a cada seis dias. O total representa 1% de todo o lixo produzido na cidade.




A população de Porto Alegre, cujo programa de reciclagem é considerado modelo, consegue separar para reciclagem 1,3 quilo por habitante - quase cinco vezes o índice de São Paulo. Em Estocolmo, na Suécia, referência mundial no processo de coleta seletiva, 25% do lixo é reciclado. Cada habitante da capital sueca recicla em média 12,4 quilos por mês - 44 vezes mais do que o paulistano.



"Faltam incentivo e investimento na organização das cooperativas e na capacitação de catadores para que o programa seja ampliado. Nessas duas décadas, a coleta seletiva ainda é algo a que só a classe média paulistana tem acesso na cidade. Os municípios precisam encarar a reciclagem como uma política pública fundamental para reduzir os riscos de enchentes e o espaço dos aterros", diz o advogado Fabio Pierdomenico, professor de Direito Ambiental e diretor da Limpurb entre 2002 e 2004.



Nos últimos três anos, os investimentos em coleta seletiva se mantiveram proporcionalmente estagnados. Em seu primeiro ano como prefeito, em 2006, Gilberto Kassab (DEM) aplicou 1,21% da verba empenhada para a coleta do lixo em reciclagem; em 2009 esse índice foi de 1,14%.



A falta de investimentos em reciclagem nas diversas fases do sistema explica por que o processo não vai para a frente. De acordo com a política municipal do setor, criada por lei em 2003, deveriam ser construídas 31 centrais de triagem em todas as subprefeituras em 2007.



As obras estavam previstas no novo contrato de coleta de lixo, que entrou em vigor em 2005. Um ano antes, já existiam 14 centrais. Hoje, passados seis anos, são 16. No cronograma das empresas de lixo, as obras estarão concluídas só em 2.015. Para a construção de dez desses galpões, estão programados R$ 6 milhões de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A verba não saiu porque a Prefeitura ainda está definindo as áreas para instalação desses prédios. Segundo a Limpurb, quatro áreas já foram aprovadas e outras seis estão "em processo de análise".



O gargalo também ocorre na coleta seletiva nas ruas. Dos 292 caminhões contratados para recolher o lixo na capital, só 20 são destinados aos reciclados (7%).



Estagnação. A cidade de São Paulo produz mensalmente 293,9 mil toneladas de lixo, coletadas pelos consórcios Ecourbis e Loga Ambiental. Só 3.135 toneladas são recicladas - menos de 1% do lixo da capital.



O governo municipal argumenta estar acelerando os investimentos neste ano e aponta que são coletadas diariamente 120 toneladas de lixo reciclável na cidade, o que corresponde a 7% do lixo domiciliar que pode ser triado atualmente. Isso equivale a 0,6% de todo o lixo doméstico produzido na cidade.



O alcance do programa também é limitado: atinge somente 6 milhões dos 11 milhões de habitantes da metrópole. "Se o índice (de investimentos) é baixo hoje, imagina no início da gestão. Tem crescido, aumentado, e vai continuar aumentando. Vamos nos esforçar para continuar investindo", disse Kassab.



O secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, apresentou o aumento no volume de coleta como indicativo de investimento. "Nós não achamos que (o Orçamento) está estagnado nem em um índice baixo. Pulamos de 5 mil toneladas no fim da gestão da prefeita Marta (PT) para quase 38 mil toneladas. São oito vezes mais", diz.



O diretor da Limpurb, César Morales, afirma que a Prefeitura "dá todo o apoio material e de orientação para que as cooperativas se formem e trabalhem". Hoje, segundo ele, há 1.050 famílias integradas ao programa.

estadao.com

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Oleg Popov

um dia,um vento.

...e eu sei que não importa a dificuldade,uma rajada de vento sempre alivia,leva,e traz a leveza necessária para enfrentar tudo!
ou nada.

sem conhecer o ''peso'' como saberia o que é ser leve?

OPOSIÇÕES

nossa vida, nosso corpo,tudo tem oposições acontecendo!
agora.

qualidades de movimento,
o corpo transforma emoções,
libera tensões,
liberta!

domingo, 13 de junho de 2010

Cães e gatos para adoção em várias cidades do país!

Galeria de fotos: http://www.olharanimal.net/

Formulário de adoção: http://www.olharanimal.net/index.php?option=com_rsform&Itemid=20

Eventos de adoção: http://www.olharanimal.net/eventos-de-adocao

sábado, 12 de junho de 2010

24 horas

O que acontece em 24 horas?
um dia.

que caminho vc escolhe passar todos o dias?

você faz tudo igual?

intuição,acredita na sua?
sonha frequentemente?
lembra de que comeu ontem na hora do almoço?

é preciso despertar!
experimentar agora novas atitudes,

não se deixar oprimir pelo entorno,sua mãe,sociedade,passado,futuro,
dinheiro,idade,você.
você!
eu me venço todos os dias,sou minha melhor oponente!

saber ouvir,saber a hora de falar,agir,reagir...
quem são seus verdadeiros amigos?
viver e ser o que nasci pra ser.

perfeição não existe,ninguém é perfeito,porém acho que posso ser o mais sincera possível com as minhas relações.
é a troca sincera que me interessa.

mentiras siceras me interessam,lembrei do Cazuza!
Querido Cazuza!

Queria continuar escrevendo...mas nem sempre me permito me revelar pela máquina,continua impessoal,continua perigoso,paro por aqui,agora.

e não passou nem 10 minutos...

vou pra baixo dos cobertores,tá frio demais aqui!

Brasil,zil,zil!(COPA do Mundo começou ontem)

sábado, 5 de junho de 2010

...a escuta permanece afiada,escuta,observa e silencia.
há tempos observava,agora aprendi a silenciar,e quanto barulho vem do silêncio!
menos é mais,se fala muito por aí,estou é colocando em prática:menos é mais!

há muito que consertar por aqui,vou fazendo um pouquinho por vez,a cada dia um novo dia.
é o máximo ter a possibilidade de mudar tudo todos os dias!mas não é nada fácil,muitas vezes fica tudo no plano das idéias...
as coisas,problemas,questões vão aparecendo e a gente vai resolvendo...
meus discos!eles são uma questão!objetos!herdados,guardados,amontoados.

Lembranças.
essas são as mais difíceis de apagar.

objetos de pessoas difíceis de apagar pesam...quero desapegar,quero o desapego!como é difícil!talvez a custa de anos de terapia,com a Marina?
Tem mais poeira de baixo desse tapete,outras questões,resoluções,passos e caminhos...quero passar por tantos lugares,mas vou passando,ora por onde quero,ora por onde ela me leva.
Ela,ele,eu.

domingo, 30 de maio de 2010

Eu voltei!

Eu voltei,agora pra ficar...
agora que estou maquinada posso voltar a escrever vez ou outra no blog,
colocando nem sempre minhas palavras,mas acima de tudo apoiando alguns movimentos e opiniões!
e tenho dito!
Chris

O respeitável público não quer mais animais em circos!

30/05/2010

Renata de Freitas Martins - renata@conjectura.com.br

INTRODUÇÃO
Atualmente estamos vivenciando um importantíssimo momento ético e legislativo em relação à presença de animais em espetáculos circenses.
Muitos os Estados e Municípios que atentaram para a questão, especialmente pelo crescente pleito da sociedade pelo fim da crueldade que a subsunção dos animais não-humanos aos animais humanos em circo significa. Atualmente são cinco os Estados que proíbem as apresentações, bem como mais de cinqüenta Municípios em todo o país.
Há ainda em tramitação projetos de leis em muitas cidades, alguns Estados, com destaque para a Bahia (PL 16.957/07, de autoria do deputado estadual Javier Alfaya) e também um de âmbito Federal, o PL 7291/06, tramitando atualmente na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
A aprovação dos citados projetos de lei é de suma importância, conforme pode-se depreender dos argumentos que apresentaremos a seguir.
ORIGENS DA UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS EM CIRCOS
Segundo Antônio Torres, em seu História do circo no Brasil (Funarte, 1998), é possível que a arte circense tenha suas raízes na Grécia antiga e no Egito. Os espetáculos desse período tinham a forma de procissões, cujo objetivo era celebrar a volta da guerra. Nesses cortejos, desfilavam homens fortes conduzindo os vencidos, trazidos como escravos, e animais exóticos, utilizados para demonstrar quão longe foram os generais vencedores.
Há, ainda, registros da presença da arte circense na China, onde a acrobacia era bastante popular, datados de mais de 4 mil anos. Relatos dão conta de que os chineses organizavam um festival anual desse tipo de apresentação. Dele teriam se originado os números da corda bamba e do equilíbrio sobre as mãos.
Espetáculos semelhantes ganharam força no Império Romano com a apresentação de habilidades incomuns em grandes anfiteatros, como o Circo Máximo de Roma e, mais tarde, o Coliseu, que comportava quase cem mil espectadores. Fazia parte da diversão, além da exibição de habilidades, a exposição do raro, do excêntrico, do inusitado - como animais exóticos, homens louros nórdicos, engolidores de fogo, gladiadores, entre outras atrações. No período de perseguição ao cristianismo, as arenas foram ocupadas por espetáculos de violência, como a sangrenta entrega de cristãos a felinos.
Com o passar do tempo, o impulso por divertir foi tomando novas formas e ocupando diferentes espaços. Durante séculos, artistas se exibiram em feiras populares, praças públicas e entradas de igrejas, com truques mágicos, malabarismo e outras habilidades julgadas incomuns.
O circo moderno, na forma como conhecemos hoje, com espetáculos pagos, picadeiro, cobertura de lona e cercado de arquibancadas, é invenção mais recente. Foi criado em 1770, por Philip Astley, suboficial inglês que comandava apresentações da cavalaria. Em seu circo, além das atrações com cavalos, Astley incluiu saltimbancos e palhaços. O enorme sucesso do espetáculo em Londres inspirou a criação de apresentações semelhante em toda a Europa e para além dos limites do Velho Mundo.
Nos Estados Unidos, primeiro país das Américas a receber essa atração, o circo consolidou sua característica itinerante, ao viajar por distintas cidades para fazer apresentações. Também nos Estado Unidos, o espetáculo consagrou a apresentação do que se consideravam excentricidades - mulheres barbadas, anões, gigantes, gêmeos siameses, pessoas muito velhas e deformações humanas e animais.
No Brasil, há registro da existência de pequenos espetáculos circenses a partir do final do século XVIII, provavelmente trazidos por ciganos expulsos da Europa. Em suas apresentações, esses artistas utilizavam doma de animais, números de ilusionismo e até teatro de bonecos. O circo moderno, no entanto, só chegou ao país no século XIX. Incentivadas pelos ciclos econômicos do café, da borracha e da cana-de-açúcar, grandes companhias européias vieram apresentar-se nas cidades brasileiras. Foram essas companhias que ajudaram a formar as primeiras famílias de circo, responsáveis pelo progresso da arte circense no Brasil.
O desenvolvimento do circo brasileiro não se deu em termos de espaços e equipamentos - concentrou-se no elemento humano, na sua destreza e habilidade. Foram mantidos números clássicos, como o do engolidor de fogo ou o da corda bamba, e criadas novas atrações adaptadas à cultura local. Os nossos palhaços, por exemplo, sempre falaram muito e usaram um tipo de humor mais malicioso, diferentemente do palhaço europeu, que era, por tradição, um mímico. Os números perigosos como o trapézio ou a doma de animais também ganharam mais espaço por de certa forma agradar muito aos brasileiros, à época desprovidos de informações sobre doma, manutenção dos animais nos circos e afins.
O circo que conhecemos é, portanto, fruto da evolução da arte circense. Esse espetáculo tradicional, familiar, composto de palhaços, trapezistas, mágicos e domadores, que povoou a infância de muitos e ocupa espaço na memória nacional, passa, no presente, por novas mudanças, seguindo o seu curso de evolução.
O surgimento dos grandes centros urbanos, o desenvolvimento tecnológico, o crescimento da economia da cultura, a concorrência de novas formas de entretenimento levaram os espetáculos circenses a se profissionalizar e a se concentrar na performance dos artistas.
Nesse novo cenário, o conhecimento circense não se transmite somente de pai para filho - exige preparo em escolas especializadas. Hoje são poucos os circos que continuam familiares.
Muitos donos de empreendimentos circenses que atuaram nos picadeiros preferem zelar para que seus filhos estudem e permaneçam no circo não como artistas, mas como administradores. A mudança nos valores e no perfil da nossa sociedade, cada vez mais urbana, tem criado uma demanda mais sofisticada e mais cosmopolita para a arte. Para adaptar-se aos novos tempos, os circos já vêm incorporando tentativas de desenvolver um diferente tipo de espetáculo que envolva novas linguagens além das atrações tradicionais.
O circo contemporâneo - ou novo circo, como alguns historiadores o chamam - apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais. Seu formato, ainda em processo de desenvolvimento, representa uma tentativa de adaptar as artes circenses às exigências do mercado artístico contemporâneo, de fazê-lo acessível a todos os públicos, respeitando os valores sociais, sem deixar de cumprir os objetivos primordiais do circo: proporcionar alegria, ilusão e fantasia, em favor do entretenimento. Vários circos internacionais, como o Cirque du Soleil, do Canadá, e o Circo Oz , da Austrália, adotam essa nova abordagem artística, que não admite o uso de animais, cedendo espaço para as performances humanas. No Brasil, muitos circos orientam-se por essa concepção, como o Circo Popular do Brasil, a Intrépida Trupe, os Irmãos Brothers, o Circo Roda Brasil, o Teatro de Anônimos, entre tantos outros.
Esse novo modelo tem contribuído para a valorização do artista circense, criando um mercado promissor e altamente competitivo para esse profissional, com a remuneração associada à sua habilidade e ao grau de dificuldade da exibição.
MANUTENÇÃO E TREINAMENTOS DE ANIMAIS EM CIRCOS: GENERALIDADES
É sabido que os animais não humanos são dotados de sentimentos e instintos. Assim, como os animais ditos racionais, sentem dor, medo, angústia, stress, prazer, desprazer, tristeza, etc. São seres sencientes e que devem ter a mesma consideração à vida que qualquer outro ser vivo, pois estão todos em um mesmo patamar moral.
Nos circos, para que o animal se apresente manso e obediente, cada espécie é treinada de uma determinada forma a seguir explicitada:
ELEFANTES
"Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de 5 toneladas. Surre-o. Eis como." (Saul Kitchener - diretor do San Francisco Zoological Gardens)
Antes de chegarem no circo, passam por meses de tortura. São amarrados sentados, numa jaula onde não podem se mexer para que o peso comprima os órgãos internos e causem dor;
Levam surras diárias, ficam sobre seus próprios excrementos até que passem a obedecer;
Elefantes se comunicam, vivem em grupos com papéis sociais definidos, são extremamente inteligentes, ficam de luto por seus mortos e são capazes de reconhecer um familiar mesmo tendo sido separado dele quando filhote;
Sofrem de problemas nas patas por falta de exercícios, pois na natureza elefantes andam milhares de quilômetros todos os dias;
No circo os elefantes permanecem acorrentados o tempo inteiro. Mexer constantemente a cabeça é uma das características da neurose do cativeiro.
LEÕES, TIGRES E OUTRO FELINOS
De acordo com Henry Ringling North, em seu livro "The Circus Kings", os grandes felinos são acorrentados a seus pedestais e as cordas são enroladas em suas gargantas para que tenham a sensação de estarem sendo sufocados;
São dominados pelo fogo e pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa pelo menos uma vez na vida para que não esqueçam da dor;
Muitos têm suas garras arrancadas e presas extraídas ou serradas;
Passam a maior parte de sua vida dentro de jaulas apertadas.
URSOS
Tem o nariz quebrado durante o treinamento;
Suas patas são queimadas para força-los a ficar sobre duas patas;
São obrigados a pisar em chapas de metal incandescente ao som de uma determinada música. No picadeiro, os ursos escutam a mesma música usada durante o "treinamento" e começam a se movimentar, dando a impressão de estarem dançando;
Muitos tem garras e presas arrancadas. Já foi constatado um urso com 1/3 de sua língua arrancada;
Alguns ursos se auto mutilam, batendo a cabeça nas grades e comendo suas próprias patas.
MACACOS
Apresentam o mesmo comportamento de crianças que sofrem abusos;
Até 98% do DNA dos chimpanzés é igual ao DNA humano;
Apanham para obedecer e obedecem apenas por medo;
Roer unhas e auto mutilação são comportamentos freqüentemente encontrados em macacos cativos;
Os dentes são retirados para que o animal possa ser fotografado junto às crianças.
CAVALOS
São açoitados e confinados sem direito a caminhadas;
Apanham para aprender;
Muitas vezes, por terem que fazer os números em pisos inadequados, especialmente escorregadios, acabam adquirindo lesões irreversíveis, com fortes dores.
TODOS OS ANIMAIS EM CIRCO
Estão sujeitos aos instrumentos dos clássicos "treinamentos": choques elétricos, chicotadas, privação de água e comida;
Ficam confinados sem a mínima condição de higiene, sujeitos a diversas doenças;
O confinamento não lhes fornece o mínimo de condições de bem-estar, sendo, aliás, totalmente contrário à vida que teriam em seus habitats;
Não têm assistência veterinária adequada;
São obrigados a suportar mudanças climáticas bruscas e viajar milhares de quilômetros sem descanso.
Por estas razões é que diversas associações pelos direitos dos animais condenam e trabalham contra a presença de animais em circos, e esta atitude tem sido fomentada por grande parte do respeitável público circense, sendo que todos os fatos narrados podem ser comprovados por amplo material já produzido, especialmente no Brasil. Também incluiremos em tópico adiante alguns exemplos de acidentes já ocorridos, o que deixará ainda mais indubitável que lugar de animais não-humanos definitivamente não é em circos.
Com efeito, os animais obedecem não por índole, mas porque sentem dor, desespero, medo, raiva, aflição, insatisfação, incômodo, situações que, sem dúvidas são caracterizadas como crueldade e maus-tratos.
DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES?
Animais silvestres ou selvagens são aqueles naturais de determinado país ou região, que vivem junto à natureza e dos meios que este lhes faculta, pelo que independem do homem.
Pois bem. Com esta definição de animais silvestres fica latente que a domesticação destes é algo totalmente anti-natural, e, portanto, é considerada maus tratos, já que para que esta existe, haverá que se retirar o animal de seu habitat natural, alterando-lhe toda uma estrutura de vida e costumes, podendo inclusive levar-lhes à morte.
Aliás, não apenas a retirada do animal de seu habitat que lhe trará malefícios, mas também, e, principalmente, os hábitos que o ser humano irá imputar-lhe, para que viva com essa nova "sociedade", portanto, mesmo que sejam originários da vida em cativeiro, as condições de vida que lhes são imputadas nada têm a ver com as necessidades que têm.
Em circos, normalmente os hábitos novos imputados aos animais são dos mais cruéis. Animais são forçados a realizar malabarismos e diversos outros números para entreter o público, porém, para que "aprendam" a fazer tudo que seus domadores desejam, sofrem demais.
Devemos finalmente ressaltar que, animais silvestres, apesar de em tese terem sido domesticados, podem revoltar-se, e então, ninguém será capaz de pará-los. Temos exemplos recentes de acontecimentos fatais por causa desta insistência de alguns circos em manterem animais em seus números, como a morte do garoto Juninho em Pernambuco, que fora puxado para dentro da jaula de leões famintos e lhes servindo de refeição, após três dias de total jejum.
Assim, é inquestionável que lugar de animal silvestre é na natureza, seu habitat natural, e que a diversão humana, sadia e inteligente, imprescinde do sofrimento de outrem, afinal de contas, artistas de circos sem animais são muito criativos, talentosos e capazes de entreter seu público. Nada como o bom e velho palhaço, os malabaristas, trapezistas e mágicos!
E OS ANIMAIS DOMÉSTICOS?
Também é comum encontrarmos animais domésticos, como cães, gatos e cavalos em apresentações de espetáculos públicos. Mas será que o simples fato de serem domésticos é permissivo para que seus tutores façam o que bem entenderem com eles?
Do mesmo modo que os animais silvestres nativos e exóticos, os domésticos indubitavelmente também possuem sua tutela legal e jurídica albergada por nossa legislação em vigor.
Ademais, de se ressaltar que animais domésticos são seres especialmente de companhia e não devem ser submetidos a longas jornadas de treinamento e trabalho, sendo obrigados a realizar atividades totalmente contrárias à sua natureza, bem como estando expostos a músicas em altos sons, gritaria e afins (lembrando-se que a audição dos animais é extremamente mais sensível e potente que a dos humanos. O cavalo, por exemplo, possui uma acuidade auricular quatro vezes melhor que a dos humanos).
De se ressaltar ainda que um animal só aprende determinado procedimento após repeti-lo incontáveis vezes, por reflexos condicionados, e, portanto, mesmo se tratando de um animal doméstico, não há nada natural em se forçar um cão a ficar constantemente apoiado apenas em duas patas ou então que um gato pule de uma altura de 20 metros ou ainda um cavalo dando pinotes em minúsculos palcos escorregadios, por exemplo.
Finalmente, não poderíamos deixar de citar os danos físicos que acometem os animais domésticos, que chegam até mesmo a pagar com suas próprias vidas para realizarem algum número forçado por seus "treinadores", ou ainda pelas condições lastimáveis em que são mantidos, em espaços minúsculos e sem higiene, propensos a adquirirem inúmeras doenças e em notório estado de maus tratos.
ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
Além de legislação específica já em vigor em determinados locais, conforme já citamos, devemos também atentar que nossa legislação ambiental alberga a tutela dos animais, inclusive todos aqueles utilizados em circos.
A Constituição da República, no capítulo do Meio Ambiente, assim dispõe:
"Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1° - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade."
Importantíssimo ainda a tutela aos animais albergada pelo Decreto Federal 24.645/1934:
"Art. 1° - Todos os animais no país são tutelados do Estado.
Art. 2°, § 3°: Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das sociedades protetoras dos animais.
Citado decreto, inclusive, já proíbe a apresentação de animais em circos desde o ano de 1934, conforme podemos depreender de seu artigo 3º, que em rol exemplificativo traz situações que tipificam situações de maus tratos, e especialmente em seu inciso XXX, assim considera a exibição de animais em casas de espetáculos para a realização de acrobacias, ou seja, exatamente as atividades praticadas por circos.
Já a Lei de Crimes Ambientais (Lei federal n° 9.605/1998), finalmente, contempla o seguinte tipo:
"Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos."
Assim, devemos ressaltar que a proteção de todos os animais está albergada em nossa legislação, sendo crime qualquer ato que prejudique o animal, seja ele um cão poodle, um cavalo ou animais exóticos utilizados em apresentações circenses (elefante, urso, camelo).
E não obstante a questão legal abordada, a preservação da VIDA, seja ela de qual forma for, há que prevalecer como objetivo primordial e essencial na consciência e ética humana e ambiental. O ser humano deve alcançar a tão necessária evolução e parar definitivamente com a arcaica e irracional exploração de animais, tornando-se finalmente um ser racional, condição da qual tanto se orgulha de ostentar.
DOS DISPOSITIVOS DO IBAMA A RESPEITO DE ANIMAIS EXÓTICOS EM CIRCOS
Mister também ressaltarmos que, mesmo que se considerasse a possibilidade de manutenção de animais em circos, os animais presentes atualmente em circos de modo algum poderiam estar atualmente sob a tutela dos circenses, tendo em vista que é notório a qualquer leigo a falta de condições adequadas para a dignidade destes animais.
Conforme portaria IBAMA n.º 108/94, que regulamenta a manutenção de algumas espécies de animais exóticos por pessoas físicas ou jurídicas, dentre elas, aqueles mais comuns mantidos por circos como o Ursus arctus (urso pardo), o Elephas maximus (elefante asiático), o Panthera leo (leão) e o Panthera tigris (tigre), algumas exigências devem ser atendidas. As principais são:
- assistência permanente de pelo menos um médico veterinário;
- que o animal seja sexado e marcado (leia-se microchipado);
- apresentação de relatório anual (atualmente também com relatórios resumidos trimestrais a serem apresentados via internet);
- proibição de visitação pública;
- recinto nos mínimos padrões exigidos:
Urso
Área - 100 m² / 600 m³ (se arbícola)
Abrigo - 15 m²
Tanque - 15 m² / 2m profundidade
Área de Cambiamento - 10 m²
Piso - camada de terra 2,0 sem concreto.


Elefante (Proboscidae)
Área - 1000
Tanque - 100 m² / 3m profundidade
Área de Cambiamento - 2 x 50 m², altura mínima de 100 m
Piso - areia/terra, sem concreto
Especificidade: cambiamento em concreto. Portas de trilho reforçado.


Leão e Tigre
Área - 60 m² / 150 m³
Abrigoo - 15 m²
Área de Cambiamento - 3 x 6 m²
Piso - areia/terra, sem cimento
Tanque: 10 m² / 1,0 m profundidade.

Além das regras citadas, o transporte desses animais apenas poderá ser feito com a obtenção das respectivas guias de transporte (GTA), estando os animais com todas vacinações em dia, bem como com estado de saúde totalmente perfeito.
Importante também lembrar que é proibido no país a entrada de espécie exótica sem as devidas autorizações (artigo 31 da Lei de crimes ambientais), e, portanto, mesmo que filhotes tenham nascido no país, necessário comprovar-se a origem dos animais, bem como de todos seus ascedentes, pois a existência de ao menos um único animal que tenha entrado no país de forma ilegal, já enseja a ilegalidade de todos os seus descendentes.
Portanto, sem necessidade de conhecimento técnico algum, apenas pela simples observação, é notório que algumas das normas basilares para se tutelar os animais não são observadas minimamente pelo circo, especialmente no que se refere à questão de visitação pública e de padrões mínimos de recintos.
ALGUNS FATOS OCORRIDOS EM CIRCOS COM ANIMAIS NO BRASIL
São muitos os acidentes com animais em circos, prejudicando os próprios animais, bem como seus tratadores, outros componentes dos circos, o público e a população em geral. Para não nos tornarmos muito prolixos, selecionamos apenas alguns dos fatos para exposição a seguir, apenas a título de mera exemplificação prática:
- Bady Bassit/São José do Rio Preto/SP, abril de 2008: leão solto por circo causa pânico na região;
- Mata de São João/BA, dezembro de 2007: macaco arranca parte do dedo de uma menina de 3 anos. Animal fica em jaula improvisada em carrinho de supermercado;
- Cuiabá/MT, dezembro de 2007: leão pula muro e foge de circo;
- Vitória/ES, outubro de 2007: mulher tem braço amputado após mordida de leão de circo que tentou acariciar.
- Palhoça/SC, maio de 2006: elefante foge de circo;
- Itaboraí/RJ, fevereiro de 2006: leão é encontrado em jaula aberta escorada apenas com uma tábua em frigorífico abandonado;
- Uberaba/MG, dezembro de 2005: 5 leões são abandonados por circo m estrada;
- Ervália/MG, julho de 2005: macaca chimpanzé arranca dedo mínimo de criança de 12 anos que estava em circo que se apresentava na cidade;
- Campos do Jordão/SP, julho de 2005: dois tigres morrem no circo Stankowich. A priori afirmou-se que fora de frio, porém, após, em laudo feito por veterinário do circo, ficou constatada morte por vírus transmitido por gato doméstico, o que no sugere a ingestão de animais domésticos pelos animais do citado circo, já que representantes do circo tentaram descartar o cadáver de um dos animais, abrindo-lhe e queimando as vísceras, inclusive.
- Restinga Seca/RS, junho/2005: criança de oito anos sofreu ferimentos ao encostar em grade de leão, o qual acabou sendo executado com choque elétrico, por meio de aparelho para este fim portado por seu treinador;
- Lavras do Sul/RS, maio/2005: homem é atacado por um tigre de circo, tendo seu braço esquerdo amputado;
- São Paulo/SP, fevereiro de 2005: chimpanzé Dolores, após ter sido retirada do circo Di Napoli pelo IBAMA, estando depressiva e com bronquite crônica, finalmente é encaminhada para um santuário após decisão judicial;
- Antônio Carlos, Florianópolis/SC, julho de 2004: dois leões e dois tigres são apreendidos em um circo, após serem encontrados desnutridos e em jaulas soldadas;
- Curitiba/PR, junho de 2004: IBAMA precisa encontrar um novo lar para 2 leões que estavam com um particular e não têm mais condições de mantê-los. Animais nascidos em circo;
- Iguaraci/PE, abril de 2004: o urso pardo Bruno, maltratado e desnutrido é simplesmente abandonado por circo no sertão do Pernambuco;
- Penha/SC, março de 2004: morre gato em conseqüência de queda na apresentação do número "pulo do gato" em circo em Santa Catarina;
- Aparecida de Goiânia/GO, dezembro de 2003: tigresa da espécie real de bengala ataca tratador, mordendo antebraço e bíceps do rapaz, o qual teve sérios ferimentos, tendo que ser submetido a cirurgia para tentar recuperar os movimentos;
- São Paulo/SP: Bambi, elefanta presente no circo Stankowich escapa para a Radial Leste em pleno horário de rush;
- Penha/SC, outubro de 2003: morre Madú, elefanta que viveu anos em um circo e passou o final de sua vida em um outro circo em Santa Catarina. No laudo atestava-se que a elefanta morreu com um raio na cabeça, apesar de ter vivido ao redor de uma cerca eletrificada e de diversas testemunhas terem presenciado sua cruel morte por eletrocussão;
- Sumaré/SP, janeiro de 2003: circo Stankowich abandona três leões no centro da cidade de Sumaré/SP, alegando não querê-los mais. Os animais foram encaminhados em estado lastimável de saúde para o Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, sendo que um dos animais estava tão debilitado, que veio a óbito;
- Maracanaú/CE, dezembro de 2001: leoa morta a tiros depois de escapar em circo no Ceará;
- Curitiba/PR, agosto de 2001: trapezista do circo imperial do México teve que amputar braço após ter sido atacado por leoa;
- Atibaia/SP, abril de 2000: circo Bartholo abandona 3 leões e 1 leoa em terreno baldio;
- Recife/PE, abril de 2000: leões matam garoto. Quatro leões famintos do circo Vostok puxam o garoto Juninho para dentro da jaula no intervalo da apresentação do espetáculo circense. Garoto tem uma morte trágica e cruel e os animais são todos mortos. Em exame necroscópico, há a constatação de que os animais não comiam há dias.
CONCLUSÕES
Os legisladores baianos, bem como os federais deverão atentar-se que o circo contemporâneo apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais.
Além disso, a utilização de animais não humanos para tentativa de atraçãode um suposto público é uma ultrapassada e falidaestratégia de marketing, tendo em vista que o anseio da sociedade moderna há tempos vem evoluindo, de modo que não mais aceitam o tratamento de animais não-humanos como se meros objetos fossem, além de se ressaltar que já se trata de atividade ilegal e inconstitucional, conforme rol legislativo já citado e pela indubitável crueldade que tal ato significa.
Também não há que se falar em educação, arte e cultura na apresentação de animais em situações totalmente estranhas às suas naturezas, além de toda uma vida submetida às jaulas e à itinerância, sob todo tipo de intempérie climática. Educação, arte e cultura não são feitas e nunca o serão por meio da exploração de qualquer forma de vida que seja, pois caso contrário teríamos um enorme contra-senso. Qual seria a lição a se transmitir a uma criança ao fazê-la ver um elefante subindo em um banquinho? Ou um leão e um tigre pulando um arco de fogo? Ou ainda um urso dançando ou andando de bicicleta? Um gato pulando de uma altura de dez metros e se espatifando no chão? Não vejo outra a não ser a de que animais seriam seres inferiores e que o humano ("todo-poderoso") pode dominá-lo e fazer o que quiser...
Assim, roga-se que legisladores tenham uma atuação ética e não antropocêntrica, coadunando-se com as tendências mundiais morais globais, e finalmente votando e aprovando o PL do Estado da Bahia 16.957/07 e o PL federal 7291/06, proibindo-se a apresentação e manutenção de quaisquer animais não-humanos nos circos e espetáculos assemelhados.
E que o respeitável público ostente mesmo esse título de respeitável e continue evoluindo em seus conceitos éticos, morais e legais, não aceitando a crueldade como cultura e arte.





APOIE AS CAMPANHAS SENTIENS PELOS ANIMAIS

Criação da 1ª Promotoria de Defesa Animal
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Contra a liberação dos maus-tratos aos animais
http://www.sentiens.net/liberacao-maus-tratos/peticoes

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pouco a declarar..

Amigos,ando com vontade de escrever,mas o meu laptop é muito velhinho....anda travando,não respondendo,aquecendo,estou para adquirir um em melhor estado e só aí terei ''saco''para voltar a escrever.
Mas me parece que a maré mudou.

sábado, 13 de março de 2010

SP: Campinas ganha a primeira Delegacia de Proteção Animal do Estado

06/03/2010

Em cerimônia realizada no Salão Azul da Delegacia Seccional da Polícia Civil, o Delegado Geral Adjunto Dr. Paulo Bicudo assinou o documento que normatiza a criação da primeira Delegacia de Proteção Animal do Estado de São Paulo. Pioneiro, o serviço funcionará no 4º Distrito Policial (Taquaral) sob o comando da Delegada Dra. Rosana Mortari, e concentrará todos os casos envolvendo maus tratos aos animais de Campinas.

Veja notícia completa em http://vista-se.com.br/site/


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Pensata Animal - revista de direitos dos animais - http://www.pensataanimal.net/

sábado, 6 de março de 2010

Dia a Dia

Tantas coisas acontecem e desacontecem todos os dias,às vezes nem tenho o que dizer,às vezes nem tenho tempo, e outras vezes não quero dizer nada a ninguém.

Prefiro escrever em papel, como nos velhos tempos.

Soluções para antigos problemas,lembranças escondidas dentro dos livros empoeirados,louça na pia,saudade,música preferida bem alta!Zappa correndo feito louco e latindo me chamando pra brincar!

Tem mais também,
aqueles dias cinzas e sem brilho,idas e vindas ao metrô,dança,corpo,pessoas,pessoas,
amor,amor
esse é o motor,essa é a energia...

energia.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

DANÇA

Qualquer pessoa dança,dança e deve dançar,em qualquer idade,de qualquer jeito...
música,silêncio,o toque da pele,a troca de olhar!
Celebração!
A Jam foi boa demais!
tantas crianças,amigos,desconhecidos
...Avoa!
já é hora da arte bastar,
da gente decolar!
logo veremos as imagens daquela tarde de verão.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Quanta beleza,verdade e tristeza podem existir em um poema?

Li essa semana este poema e me identifiquei,chorei,li,reli...
maravilhoso!

FERNANDO
PESSOA
Poesias de
Álvaro de Campos



TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.


Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.


Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?


Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.


(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.


(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)


Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente


Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.


Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.


Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,


Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.


Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.


Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.


Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.


(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.



Álvaro de Campos, 15-1-1928

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